A pandemia do novo coronavírus está provocando mudanças na sociedade e na forma como nos relacionamos com o mundo. Ainda que seja cedo para saber como viveremos quando a crise passar, é possível vislumbrar algumas transformações e desafios para o setor de seguros. Visando construir uma visão global sobre o que nos espera no pós-pandemia, o SindsegNNE realizou uma sondagem com os presidentes das seguradoras associadas Excelsior Seguros, Liberty Seguros, Sompo Seguros, SulAmérica, MAG Seguros, Tokio Marine, Icatu Seguros, Mapfre Seguros, HDI Seguros e Porto Seguro. Confira a seguir:
ANDERSON PEIXOTO
DIRETOR EXECUTIVO DA EXCELSIOR SEGUROS
1. Quais ensinamentos essa pandemia nos proporcionou?
Que o funcionamento de uma companhia não pode, nem precisa ficar restrito às dependências físicas da mesma.
2. A partir do estabelecimento do “novo normal”, o que podemos esperar em termos de perspectivas futuras para o segmento de seguros?
Uma aceleração na contratação digital, a criação de tipos de seguro on demand e a exigência de uma relação mais forte e de parceria com o cliente.
3. Diante deste cenário, qual mensagem positiva você poderia nos deixar? ?
O seguro tem uma função social, é uma contrapartida às incertezas, tem como meta restabelecer a vida econômica do segurado. Em momentos como esse, vejo as seguradoras honrando seu papel, não só no pagamento dos sinistros, mas educando, orientando, dando condições para que a vida siga, e logo reencontremos nosso passo.
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CARLOS MAGNARELLI
PRESIDENTE DA LIBERTY SEGUROS
1. Quais ensinamentos essa pandemia nos proporcionou?
A importância e a diferença que faz nos movimentarmos com agilidade e humanidade. Colocar as pessoas em primeiro lugar é um valor muito importante e marcante na cultura da Liberty e isso foi essencial neste período. Priorizamos o bem-estar e a segurança de nossos colaboradores, corretores e prestadores de serviços, adotando medidas como home office e treinamentos online para corretores, além da flexibilização de processos, pagamentos, entre outros benefícios para manter as vendas dos corretores.
2. A partir do estabelecimento do “novo normal”, o que podemos esperar em termos de perspectivas futuras para o segmento de seguros?
Pensando no futuro e nos possíveis rumos que o segmento de seguros pode tomar, a Liberty acredita que três temáticas irão permear o mercado: A primeira delas é a digitalização, que há anos tem sido tema de discussão em relação às mudanças nas preferências de formato de consumo. A segunda frente é a inovação, pois empresas de todos os setores precisam se desafiar a criar produtos e serviços inovadores que atendam às necessidades dos clientes. Por último, será preciso estar mais atento às pessoas e ao meio ambiente, uma vez que os consumidores estão têm buscado por companhias que reconheçam sua responsabilidade com a sociedade.
3. Diante deste cenário, qual mensagem positiva você poderia nos deixar?
Sabemos que é um momento difícil e a Liberty tem consciência de que as seguradoras têm um papel muito importante nesse cenário. Corretores e parceiros, contem conosco, busquem nossos treinamentos online, fiquem atentos às novidades e mudanças que preparamos para que todos possam passar por esse momento da melhor forma.
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FRANCISCO CAIUBY VIDIGAL FILHO
PRESIDENTE DA SOMPO SEGUROS
1. Quais ensinamentos essa pandemia nos proporcionou?
O mercado de seguros brasileiro evoluiu enfrentando cenários bastante difíceis ao longo das décadas. Os agentes do nosso mercado adotaram uma postura singular, que tem feito a sociedade brasileira perceber a relevância do seguro para a sociedade. Atendemos às exigências de isolamento social, ao mesmo tempo em que recorremos aos diferentes recursos tecnológicos para garantir que os segurados continuassem a contar com um atendimento eficiente.
2. A partir do estabelecimento do “novo normal”, o que podemos esperar em termos de perspectivas futuras para o segmento de seguros?
Depois que tudo passar, teremos novos padrões de comportamento da sociedade, que vão ditar as formas das pessoas se relacionarem, o consumo, o trabalho e, claro, os negócios. Eu estimo que o que vem por aí é um padrão “híbrido”, em que o digital vai estar muito mais presente nos relacionamentos e nos negócios. Devemos ter mais serviços atrelados aos produtos de seguros, além de uma maior percepção da necessidade de contar com produtos para garantir a tranquilidade financeira.
3. Diante deste cenário, qual mensagem positiva você poderia nos deixar?
Assim como há poucos anos não havia um seguro específico para riscos cibernéticos, também existe a possibilidade de que as mudanças de hábitos e comportamento tragam consigo novas oportunidades de produtos, com coberturas específicas ajustadas a essas mudanças. Estamos construindo novas perspectivas de atuação para que a sociedade continue produzindo ao passo que as questões de saúde possam ser resolvidas com o menor impacto possível para as famílias brasileiras.
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GABRIEL PORTELLA
PRESIDENTE DO SULAMÉRICA
1. Quais ensinamentos essa pandemia nos proporcionou?
Acredito que a união e a solidariedade têm sido essenciais no enfrentamento desta crise de saúde pública. Esse tem sido um norte importante para a SulAmérica. Nossas primeiras medidas foram focadas na segurança das pessoas: 100% da nossa força de trabalho em home office, fechamento de unidades físicas e revisão de processos com uso de ferramental digital, oferta ilimitada de nossos serviços de telemedicina (Saúde na Tela) para nossos beneficiários, entre outros. Certamente muitas das nossas medidas serão mantidas.
2. A partir do estabelecimento do “novo normal”, o que podemos esperar em termos de perspectivas futuras para o segmento de seguros?
Ainda não é possível mensurar todos os impactos advindos desta crise, no entanto, acreditamos no enorme potencial do mercado de seguros e também na solidez da operação da SulAmérica. Nós, empresas e profissionais do mercado segurador, temos um papel extremamente relevante na sociedade, que é oferecer segurança e proteção, e acredito que haverá uma tendência de valorização dos produtos de seguros e de um comportamento de prevenção. Além disso, o mercado segurador mostrará resiliência e se reinventará, tornando-se ainda mais digital e consultivo.
3. Diante deste cenário, qual mensagem positiva você poderia nos deixar?
Este é um momento para cuidarmos de nós mesmos e de nossas famílias, com paciência, calma e perspectivas de um futuro positivo. A pandemia vai passar e dias melhores virão.
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HELDER MOLINA
PRESIDENTE DA MAG SEGUROS
1. Quais ensinamentos essa pandemia nos proporcionou?
As pessoas estão despertando cada vez mais sobre a importância de contar com um planejamento financeiro para os riscos sociais aos quais cada um de nós está exposto. A situação em que estamos vivendo hoje trouxe a discussão sobre a importância da proteção. Acredito que vamos ter uma mudança de comportamento da população de uma sociedade que não se preocupa com o futuro para uma sociedade previdente.
2. A partir do estabelecimento do “novo normal”, o que podemos esperar em termos de perspectivas futuras para o segmento de seguros?
A palavra proteção nunca teve tão em voga. Isto certamente está impactando o mercado de seguro de vida e potencializará este ramo durante e pós-pandemia. Aqui na MAG Seguros, projetamos manter o crescimento de dois dígitos em 2020, resultado que tem sido nossa realidade nos últimos dez anos.
3. Diante deste cenário, qual mensagem positiva você poderia nos deixar?
O mercado de seguro tem um duplo papel econômico. O primeiro deles é o suporte financeiro para as famílias. Isso reflete não apenas no poder de compra destas pessoas, mas, principalmente, na manutenção e na subsistência de inúmeras famílias. Neste contexto, sem dúvida alguma, o mercado de seguro de vida é um grande aliado a esta nova cultura e terá pela frente muitas oportunidades de crescimento.
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JOSÉ ADALBERTO FERRARA
PRESIDENTE DA TOKIO MARINE
1. Quais ensinamentos essa pandemia nos proporcionou?
O primeiro deles é que, sem dúvida, a função social do seguro, de proteger a vida e o patrimônio de pessoas e empresas, ficou ainda mais evidente. O segundo foi perceber o quão atualizada tecnologicamente está a nossa indústria, mostrando a pujança do seguro em suporte ao crescimento do nosso País. Em tempo recorde, colocamos praticamente todos os nossos colaboradores em home office, disponibilizando integralmente os canais digitais e permitindo que os corretores continuem prestando serviços de excelência.
2. A partir do estabelecimento do “novo normal”, o que podemos esperar em termos de perspectivas futuras para o segmento de seguros?
A forma como trabalhamos vai se sustentar cada vez mais na tecnologia, e veremos mudanças irreversíveis em nossas estratégias, prioridades e comunicação. Graças a todas as ferramentas e facilidades tecnológicas que as seguradoras têm disponibilizado aos corretores, como a plataforma Broktertech, da Tokio Marine, os conceitos de espaço e limite territorial de prospecção de negócios deixam de existir.
3. Diante deste cenário, qual mensagem positiva você poderia nos deixar?|
Tenho plena confiança de que sairemos dessa situação mais fortalecidos. Esta crise vai passar, e eu posso garantir que a Tokio Marine continuará oferecendo ferramentas que aumentem a capilaridade da atuação de corretores e assessorias, além de soluções de excelência que protejam a vida e o patrimônio das pessoas e empresas.
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LUCIANO SNEL
PRESIDENTE DA ICATU SEGUROS
1. Quais ensinamentos essa pandemia nos proporcionou?
Hoje temos a convicção do quanto nossa transformação digital e os investimentos realizados em tecnologia ao longo dos anos permitiram que pudéssemos seguir firmes em nossas atividades, com equipes trabalhando remotamente e mantendo 100% a prestação dos serviços. Neste cenário, onde as pessoas estão naturalmente mais preocupadas com sua proteção e a de sua família, tem sido fundamental manter todas as entregas com a mesma qualidade.
2. A partir do estabelecimento do “novo normal”, o que podemos esperar em termos de perspectivas futuras para o segmento de seguros?
Ainda é cedo para traçar cenários, mas já é possível enxergar a busca por proteção com um sentido ainda mais amplo. Na Icatu, a pandemia fortaleceu a importância do nosso propósito, que é garantir que pessoas e famílias estejam financeiramente protegidas e assistidas em todas as fases de suas vidas, sobretudo nos momentos mais difíceis.
3. Diante deste cenário, qual mensagem positiva você poderia nos deixar?
Estamos vivendo dias intensos, mas sempre cuidando do que mais importa: pessoas. As que acreditam em nós para a realização do seu sonho futuro e as que acreditam e precisam de nós no presente.
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LUIS GUTIÉRREZ
PRESIDENTE DA MAPFRE
1. Quais ensinamentos essa pandemia nos proporcionou?
Que precisamos sempre estar prontos para mudanças e adaptações. Além disso, a pandemia está sendo um grande acelerador de futuros. Vimos o trabalho remoto se tornar realidade para 100% da companhia em menos de uma semana. Com isso aprendemos que é possível fazer diferente, que podemos repensar nossos padrões antigos. Este novo cenário também trouxe novas necessidades do consumidor, que precisaram ser pensadas de forma muito mais ágil pelo mercado segurador.
2. A partir do estabelecimento do “novo normal”, o que podemos esperar em termos de perspectivas futuras para o segmento de seguros?
Temos a expectativa de dar continuidade à operação e na manutenção de carteiras, acompanhando e apoiando nossos corretores e parceiros, e, sobretudo, seguir prestando um serviço de alta qualidade, transmitindo total segurança aos nossos clientes. Um estudo promovido pela MAPFRE Economics, o Panorama Econômico e Setorial, mostrou que o Brasil seguirá a tendência mundial de queda no PIB entre – 2,7% a – 9,9%. No entanto, nossos estudos também mostram que há bastante espaço de crescimento do mercado segurador brasileiro, uma vez que o país ainda não alcançou sua maturidade, como nos Estados Unidos e Europa.
3. Diante deste cenário, qual mensagem positiva você poderia nos deixar?
Essa crise irá passar, apesar de todas as dificuldades enfrentadas. Esse momento deixou claro a importância de termos mais empatia, cuidado com o próximo e agirmos juntos como sociedade. Unidos, conseguiremos superar esse momento de maneira eficaz e dar mais relevância ao papel social das soluções desenvolvidas pelo mercado segurador.
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MURILO RIEDEL
PRESIDENTE DA HDI SEGUROS
1. Quais ensinamentos essa pandemia nos proporcionou?
A importância de estarmos preparados e antever situações. É claro que não poderíamos imaginar que uma pandemia estava por vir, mas, na HDI, nos últimos anos, temos trabalhado intensamente em digitalização de processos e inovações que vão além da formulação de produtos. Entre diversos benefícios, nos foi proporcionada uma mudança para o home office extremamente rápida e eficiente, com o funcionamento permanecendo nos mesmos níveis de produtividade.
2. A partir do estabelecimento do “novo normal”, o que podemos esperar em termos de perspectivas futuras para o segmento de seguros?
A ampliação do uso dos canais digitais por clientes e corretores é algo que vai ficar, sem dúvida. Nossa experiência na HDI mostrou isso: somente na primeira semana de maior contenção da população no Brasil, os acionamentos via WhatsApp dos chamados de assistência triplicaram, e os avisos digitais de sinistros ultrapassaram 60% do total.
3. Diante deste cenário, qual mensagem positiva você poderia nos deixar?
Esse momento reforçou um pilar muito importante para a HDI: o humano. Tomamos todas as medidas de segurança, cuidamos de nossas equipes e reforço do nosso apoio a clientes e corretores, além de doações para hospitais e equipes médicas. A mensagem que quero deixar, então, é para que cuidem de si e de suas famílias, ajudando também o próximo. Temos ao nosso alcance tecnologias bastante eficientes para realizarmos nossos trabalhos remotamente. O mercado segurador é resiliente e os corretores de seguros são essenciais nesse contexto.
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ROBERTO SANTOS
PRESIDENTE DA PORTO SEGURO
1. Quais ensinamentos essa pandemia nos proporcionou?
O cenário de distanciamento social forçou as pessoas e as empresas a se reinventaram, como na construção de novos planos, sem perder a essência dos objetivos e das estratégias. Identificamos a necessidade de proteger as pessoas, e colocamos em prática um plano de home office integral para 95% da companhia. Conseguimos embarcar a tecnologia para que a operação funcionasse exatamente da mesma maneira, além de criarmos um Comitê de Crise que atua como o ponto focal de nossa comunicação.
2. A partir do estabelecimento do “novo normal”, o que podemos esperar em termos de perspectivas futuras para o segmento de seguros?
Os negócios de seguros e serviços apresentam maior resiliência e as pessoas tendem a manter a proteção em tempos de incerteza, mas a questão econômica deve afetar o poder de compra da classe média, especialmente em bens duráveis, que são afetados pela dinâmica mais restritiva do mercado de crédito. Devemos acelerar o desenho e lançamento de novos produtos e coberturas, de forma a garantir que a Porto Seguro se adapte às necessidades e possibilidades dos diferentes segmentos da sociedade.
3. Diante deste cenário, qual mensagem positiva você poderia nos deixar?
Ainda estamos nos reinventando a fim de buscar alternativas para o contato, o trabalho e novos caminhos que virão. Precisamos ser fortes e construir novas pontes com base na solidariedade e no amor, através da união das pessoas, poder público e privado e estado.